E ainda falando sobre Aedes aegypti: Dengue

A cada noticiário que ouvimos, falam-se de Zika vírus, de microcefalia, de dengue, sobre casos que aumentaram de pessoas infectadas, combate ao mosquito entre outros.

Todos os dias batem na mesma tecla para que a população limpem suas calhas, tampem suas caixas d´gua, não acumulem sujeiras nos quintais, usem repelentes, roupas claras e de mangas longas de preferência e cuidem das adjacências à suas casas.

O número de casos da dengue clássica e da febre hemorrágica da dengue vem aumentado consideravelmente. Estima-se 550 mil internações com 20 mil óbitos anuais em um total de aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas expostas e uma média de 80 milhões de casos novos notificados anualmente, segundo artigo do World Health Organization, 2006.
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Assim, como dito no artigo anterior, o assunto da semana será "o vírus da Dengue", seus sintomas, tratamento e prevenção.

Mas o que vem a ser a Dengue? É um vírus cujo transmissor é o mosquito Aedes aegypti.

O vírus da dengue é uma doença endêmica ou pandêmica porque ocorre em todas as regiões tropicais e subtropicais, portanto, nestas regiões devido a diversos fatores como alterações climáticas, armazenamento e irrigação de água incorretamente, a variabilidade do clima, o crescimento populacional e urbano impactaram no aumento de mais de 2 bilhões o número de pessoas expostas a dengue.
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No Brasil, a introdução da dengue com confirmação laboratorial data de meados de 1981 – 1982 na cidade de Boa Vista, Estado de Roraima - Amazônia brasileira –, onde foram isolados os sorotipos DEN - 1 e 4, com 11.000 casos confirmados (14) . Desde então o país já passou por diversos surtos epidêmicos (15),( 16) .

A dengue tornou-se nas últimas décadas uma das importantes causas de morbidade e mortalidade. Mesmo sendo uma doença tipicamente sazonal são registrados casos da dengue tanto no período chuvoso quanto no seco, haja vista que a redução da densidade vetorial de adultos nos meses mais frios e secos não é suficiente para cessar a transmissão da doença. Há, contudo, inúmeras dificuldades no estabelecimento de um padrão sazonal “chave”, da incidência da doença e das variáveis meteorológicas, em virtude do padrão hematofágico do vetor ocorrer predominantemente durante todo ano em diferentes intensidades.

Precisa ser considerada a grande extensão territorial do Brasil, a fronteira com os países vizinhos, a diversidade de biomas, falta de infraestrutura urbana, as características meteorológicas e ambientais favoráveis durante praticamente o ano todo que facilitam a manutenção da doença.
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O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É só depois desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se manifestam a partir do 3° dia depois da picada do mosquitos.

A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.

Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Sintomas

Ainda não existe vacina ou medicamentos contra dengue. Portanto, a única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção pra aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).

É IMPORTANTE CITAR QUE ATÉ O MOMENTO NÃO EXISTE TRATAMENTO ESPECÍFICO PARA DENGUE. O TRATAMENTO É FEITO PARA ALIVIAR OS SINTOMAS. QUANDO APARECER OS SINTOMAS, É IMPORTANTE PROCURAR UM SERVIÇO DE SAÚDE MAIS PRÓXIMO, FAZER REPOUSO E INGERIR BASTANTE LÍQUIDO. IMPORTANTE NÃO TOMAR MEDICAMENTOS POR CONTA PRÓPRIA.

As ações de controle da dengue ocorrem, principalmente, na esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade deve ser acionada. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde.

O assunto da próxima semana será ZIKA VÍRUS. Não perca!

Até breve!

Abraços,

Ângela Bernardo
Bióloga

Vídeo indicado pela amiga e leitora Valdênia Pereira da Silva:



Agradeço pela dica Valdênia!! 

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http://periodicos.fiocruz.br/sites/default/files/infograficos/infografico_730px_site.jpg

http://www.dengue.org.br/dengue_sintomas.html

https://www.youtube.com/watch?v=aCbQEE7TxyE

14. Osanai CH, Travassos da Rosa AP, Tang AT, do Amaral RS, Passos AD, Tauil PL. Surto de dengue em Boa Vista, Roraima Nota previa. Rev Inst Med Trop Sâo Paulo 1983; 25(1): 53-4.

15. Schatzmayr HG. Dengue situation in Brazil by year 2000. Mem Inst Oswaldo Cruz 2000; 95 (S1): 179-81.

16. Schatzmayr HG, Nogueira RMR, Travassos da Rosa AP. An outbreak of dengue virus at Rio de Janeiro - 1986. Mem Inst Oswaldo Cruz 1986; 81(2): 245-6.

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